Gostei do resultado. Já fiz o 1º capitulo. Espero que gostem, a mim apertou-me o coração.
O meu desejo é que esteja à altura das vossas expectativas ^^
Primeiro Capítulo - Memórias e Perseguições
Quando saiu de ao pé de Rima, Shiki não sabia o que dizer. Ao ouvir a sua doce voz, só lhe apetecia abraçá-la e ele nunca tinha sentido isso. Estavam prometidos um ao outro desde infância mas nunca tinham gostado um do outro. O que os unia era um poderoso sentimento de amizade, poderia esse laço levá-los ao amor?
Decidiu deixar de pensar nisso por enquanto e dirigiu-se para fora do castelo. Estava farto daquele ambiente e pressentia uma grande ameaça a perseguir a Night Class.
- Nãao! – gritou alguém, ali próximo. Shiki conseguia ver uma figura de cabelos castanhos compridos de costas, mas uma maldita árvore estava a tapar-lhe a vista. Desviou-se mais para a esquerda e pôde distinguir Ruka e Akatsuki, ambos abraçados.
- Nãao, Akatsuki! – exclamava Ruka. – Por favor, não! Eu amo o Kaname, eu amo-o. Eu… Eu não quero nada contigo! AKATSUKI!!
Akatsuki ignorou os gemidos de Ruka e, afastando-lhe os cabelos da cara, começou a lamber-lhe o pescoço. Ficou assim por uns segundos até se poder ver dentes afiados a se introduzirem no pescoço de Ruka.
Shiki via o espectáculo de fora mas não podia fazer nada. Todos eles eram vampiros, seres repugnantes que sugavam o sangue para sobreviver. Claro que havia uma distinção entre os vampiros bons e os maus, os vampiros vegetarianos e os carnívoros. A Night Class era toda constituída por vampiros “vegetarianos”, vampiros que não matavam pessoas. Mesmo assim, era regra do Colégio Cross que nenhum vampiro e nenhum humano interagissem um com o outro.
Akatsuki continuou a ignorar os pedidos débeis de Ruka para que parasse e, nesse momento, uma terceira figura apareceu.
- Pareces muito divertido, Akatsuki.
- Err… Kaname-sempai… Isto não é nada do que parece!
Ruka afastou-se, bebendo o seu próprio sangue. O seu olhar era de uma gazela perdida, sempre confiara no amigo e ele acabara de perder o controlo.
Akatsuki estava realmente nervoso. Depois de levar um estalo de Kaname e de merecer o olhar triste de Ruka quando ela se foi embora, sentou-se na relva com as mãos na cabeça.
- O que é que eu fui fazer!?
Shiki, que tinha estado a observar de longe, aproximou-se do amigo. – Não te culpes mais, Akatsuki. Qualquer um perderia o controlo, estando todos estes anos perto e ao mesmo tempo longe da sua amada, principalmente amando ela outra pessoa que não tu.
- Mesmo assim, Shiki, não devia ter perdido o controlo. Ela odeia-me neste momento, tenho a certeza.
- Deixa as coisas acalmarem e vai falar com ela. Não perdes nada. Ah, e desta vez, não lhe saltes ao pescoço.
Akatsuki sorriu e deu uma pancada em Shiki, que se desviou rapidamente. – Engraçadinho. ^.^’
Depois de ver o outro vampiro a correr atrás de Ruka, Shiki continuou a percorrer o seu caminho. Ele estava diferente, mais aberto aos outros. Isso era estranho, definitivamente.
Desde pequeno que nunca ajudara ninguém. Nascera vampiro e morreria assim. Não havia nada a fazer.
Não se lembrava bem de quantas criaturas tinha morto com a sua sede por sangue, talvez ultrapassasse pouco das cento e vinte, cento e trinta, altura em que Kuran Kaname o veio buscar e educou-o de maneira a que ele fosse inofensivo.
A partir daí, ele só se alimentava de pequenos comprimidos de sangue. Não era muito satisfatório, mas sustinha a sede por mais tempo.
Os seus pensamentos continuaram a voar por aí fora, como se fossem folhas caídas das árvores. Lembrou-se do tempo em que tinha de morder-se a si mesmo para não magoar ninguém, o tempo em que teve de ficar em cativeiro por alguns meses quando mordera uma aluna da Day Class… Eram tudo memórias que ele guardara, não por serem agradáveis, mas por fazerem parte dele.
Rima fora a sua única amiga naqueles momentos sozinhos e juntos criaram um laço fortíssimo que, só de olharem um para o outro, conseguiam ler os pensamentos um do outro. Era um pouco incomodativo porque até ele gostaria de ter alguma privacidade mas por outro lado era bom. Com Rima, Shiki mostrava sempre o seu lado humano e o seu lado mais fraco.
* Flash-Back *
- Rima-chan – chamou Shiki. Nessa altura, ele tinha oito anos. – Rima-chan!
Rima apareceu, com um avental e algumas flores na mão. – O que foi, Shiki-kun? Chamaste-me, estás bem?
- Sim, Rima-chan. Eu… O que estás a fazer? Pareces uma jardineira! - Riu-se ele, com um riso alegre de criança.
- Não gozes, estou a limpar os canteiros do colégio. Vá, querido… O que te preocupa?
- Eu… Eu não quero ser um vampiro! Oiço histórias tão aterradoras sobre eles que até já começo a sentir medo de mim próprio.
- Shiki! Shiki, tu sabes perfeitamente o que é que nós dois somos. Nada nem ninguém pode mudar isso, o que podemos é esforçarmo-nos para que o nosso destino infeliz não afecte a vida dos outros. Temos de ser fortes, Shiki-kun. Vamos prometer um ao outro que seremos fortes, não choraremos e atravessaremos juntos todas as dificuldades.
- Eu prometo, mas... Serei eu suficientemente forte para não matar mais ninguém, Rima-chan? Não quero mais sangue, não quero! – grossas lágrimas inundaram o rosto de Shiki que caiu ao chão. Rima, num gesto fraternal, abraçou-o e ele deixou que ela o embalasse. Nada iria separá-los, nada!
*Fim do Flash-Back*
De repente, estremeceu e um poderoso cheiro inundou-lhe as narinas. Rido tinha voltado a atacar, mas desta vez atacara um vampiro.
O cheiro que ele pressentira era o de Rima. Porque quereria Rido atacar Rima?
Shiki correu de volta ao castelo.